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11 de abril de 2010

Releitura do almoço em família

Para muitas pessoas o domingo é sinônimo de cinema com o namorado, dia da preguiça, recuperação pós balada, almoço com os pais, enfim, sinônimo de milhares de coisas que envolva um dia sossegado. Só que na minha casa o domingo não se enquadra na definição de “dia da preguiça” ou “dia do sossego”.
Para a família Xavier (minha família parte de mãe) o domingo é o dia do café da tarde. Uma pequena adaptação do famoso “chá das cinco” inglês. Bolos variados que abrangem do tradicional bolo de rolo ao diet, garrafas e mais garrafas de café, biscoitinhos doces e salgados, queijos, presuntos, requeijão, pães, pamonha, tapioca, tortas salgadas e Amarula. Esse último tão desejado e aguardado, pois desde as 10h da manhã já está no congelador. Logo depois do almoço a família toda se fala para mais uma vez, mesmo que todos já saibam, reafirmar o horário de chegar a minha casa. Ai é só esperar.

14h...
15h...

16h. Hora de arrumar a mesa e o aparador. Colocar os pratos, xícaras, guardanapos, copos e talheres às vezes se torna uma tarefa difícil. Imaginem eu e minha irmã, 49 kg e 47 kg, respectivamente, tendo que carregar tantos pratos e afins.

17h...

17h30min... Pronto. As primeiras pessoas chegam, e meia hora depois a família está toda reunida ao redor da mesa, que anteriormente eram para oito pessoas, mas com a ajuda das cadeiras da mesa da cozinha, da varanda, e os banquinhos de praia, abriga quinze. Com um pouquinho de aperto e boa vontade até dezessete. Pasmem!
Quando todo mundo chega é aquela confusão. Um fala de cá outro de lá, mas todo mundo se entende.



Primos pequenos correndo pela casa e brigando para ver quem vai sentar na "cadeira do papai". Prima e irmã da área se saúde falando o quanto não aguentam mais estudar, prima que está fazendo TCC dizendo que ainda tem tanta coisa para escrever e organizar, e os três primos terceiro anistas reclamando do Enem e do vestibular que vai acontecer daqui a oito meses.
Tias cheias de humor e enchendo a paciência dos primos ciumentos, todas as vezes que dizem que está na hora de arranjarem um novo marido, já que uma está viúva e a outra separada. Detalhe: elas só querem maridos ricos agora.


Meu primo especial e mais do que amado por todos, no auge dos seus vinte e nove anos, alterna entre brincar com meus primos pequenos e observar toda aquela bagunça e confusão. Vale ressaltar que toda a fofoca e bagunça é acompanha do melhor dos sete pecados capitais: a gula.

Na verdade a comida se torna apenas coadjuvante das conversas e brincadeiras. Em alguns lugares são as conversas que acompanham a refeição. Na minha casa os papéis se invertem.
20h. O ritmo já começa a diminuir e o Amarula entre em cena.
21h. Não sobrou nem a garrafa de Amarula pra contar a história. Agora é só a fofoca que dura até a hora de ir embora.
21h30min. Hora das despedidas e de arrumar a bagunça que ficou.
22h. Meu horário sagrado de ir para varanda e olhar aquele marzão lindo na minha frente e lembrar de mais um domingo tradicional em família. E digo dessa maneira porque aqui já virou tradição o encontro ao redor da mesa.
Muitas famílias têm o tradicional almoço do fim de semana, mas a minha gosta mesmo é do café no final da tarde.

Abraços,

Karina Ferreira


OBS. Só pra constar: tenho dezesseis primos (um que já virou um anjo lindo e uma fofinha pequena que nasceu no sábado, Sofia) e doze tios (tias, tios e agregados). Agora imaginem toda essa gente mais meus pais, eu, minha irmã e meus avôs em um apartamento de 185m²! O que acharam da idéia?

2 comentários:

Vivi disse...

Karina,
Adorei o post!!! bem vinda
Um beijo

Mariana Bueno disse...

Menina, ri horrores!!! Que maravilha essa tradição bagunceira na sua casa!!!
Beijos

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